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Um encontro casual

Era começo de noite, fim de dia, descíamos
do ônibus lotado no ponto perto
de casa quando uma voz gritou várias
vezes no meio da rua movimentada naquela
semi-escuridão. A pessoa veio ao
nosso encontro e perguntou se lembrava
dela. No lusco-fusco da tarde, não a
reconhecemos - “Ah, faz muito tempo
que a gente não se vê. Você se lembra
do tempo da escola, dos jogos de futebol
na rua, aquele dia que saímos correndo
de medo de uma vaca que vinha
vindo no meio da rua? Da menina que
a gente gostava e ela gostava de outro e
brigamos por causa disso?”. “Desculpe,
mas não lembro de nada”. Sem graça,
ele nos olhou de esgueio, depois fixou
olhos nos olhos e pediu desculpas. “Até
logo, até logo”, um disse para o outro e
cada um seguiu seu caminho, talvez fosse
para um bar ou se perderia nas ruas
escuras e inseguras da cidade. Seguimos
o mesmo caminho de sempre, pensando
na figura expansiva que, talvez um dia,
tivesse realmente compartilhado nossa
infância, tivesse sido um colega de escola,
companheiro de todas as horas, brigado
por namoradas impossíveis, mas
que agora, como nós, vivia submerso na
cidade grande, imerso nas lembranças
daqueles tempos de meninice e juventude
que talvez nem tivessem existido.

Juvenil de Souza tem
memória curta.


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