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Fins de anos, reveillon...


Fins de anos, reveillon... A gente não sabia que o tempo ia passar tão depressa e que as horas de hoje seriam medidas de minuto em minuto cada dia que passa. E começamos a perceber que a passagem do ano na verdade significa a falta do amigo que morreu sem a gente saber, que a árvore debaixo da qual tivemos tantos encontros de amor não existe mais e nem o amor existe mais.
Cadê a rua estreita de terra, de sarjetas de pedra onde corria água da chuva quente do sol?, o reflexo da luz filtrada entre as folhas verdes do jatobazeiro? a caneca de cerâmica cheia de leite morno? pão sovado comprado na padaria? balas de coco, confeitos e rebuçados guardados dentro do vidro de boca larga bem tampada para não entrar moscas?
E as noites compridas que não acabavam nunca, o sapato apertado nos dedos, camisa branca de baile, lenço no bolso detrás da calça, gumex para alisar o cabelo, pente flamengo no outro bolso= de trás, desodorante Leite de Rosas, balas de menta para perfumar a boca, o paletó um pouco apertado e o nó malfeito da gravata? Aí vinha o baile, as meninas lindas e distantes despertavam sonhos e desejos de dançar até morrer nos braços delas.
Mas nunca dançamos nem morremos nos braços de nenhuma delas.
Deixamos o tempo passar e já não somos como antigamente, quando os dias e anos passavam sem a gente ver...

Juvenil de Souza sofre
crises constantes de lumbago,
ciática e enxaqueca.


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