English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Os pecados da carne

Carne, nem falar durante 40 dias depois do Carnaval, jejum total. Nas ruas, um silêncio sepulcral da Quarta-feira de Cinzas. Sinos calados, só se ouvia o matraquear das matracas anunciando as missas. A procissão era interminável, a gente olhava as meninas, ficava perto delas, ainda lembrando os encontros do carnaval, pecado terrível que levaria todos para o inferno, se houvesse inferno.
A suprema heresia foi um beijo escondido no canto escuro de trás da matriz e depois comer bauru de carne no bar, na madrugada silenciosa. E aí, vinha o sábado da aleluia para malhar o Judas o eterno traidor.
Ficávamos esperando o bimbalhar dos sinos anunciando a liberdade e era aquela farra. Judas malhado, carne na mesa, acabava a quaresma e a vida floria juventude cheia de sonhos esternos. Ficava o gosto gostoso dos pecados da carne, delícia das delícias. Até hoje...

Juvenil de Souza vive bêbado de
amor todas as horas de todos os dias.


Próxima crônica
Página anterior