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Luar da Fazendinha

Ora imploramos para que os amigos do peito façam um arrasta-pé com sanfona na Fazendinha o mais breve possível, porque o tempo nos chama para a longa viagem sem volta. Mandem avisar a turma da colônia Baixa, do Buracão de Baixo e de Cima, da Parasita, da Boa Vista, São Lourenço, Floresta, Cazeta, Lenheiro, Colônia Mecânica e rapazes e moças de Santa Rosa que vai ter baile até de madrugada e que não vale *dar tábua.
Convoquem os irmãos Cortez, os irmãos Marques, os De Róbio para este último encontro. Verifiquem se está tudo em ordem, se o barracão de folhas de zinco está sem goteiras, se o bar tem cervejas mornas e conhaque forte, se o piso de cimento queimado do salão de baile está liso e se espalharam fubá para ficar mais liso. Peçam para o Tonhão Guarda ficar atento para ninguém brigar. Alguém vá olhar se os eucaliptos de folhas prateadas e brilhantes plantados na beira da cerca ainda exalamperfume pelo ar, ou se foram cortados.
Alguma alma caridosa verifique se a moça de olhos verdolengos vai à nossa festa; perguntem àquela outra ingrata se ela se lembra da noite que dançamos até o dia clarear, o sol brilhando lá pelos lados do rio Pardo soltando fumaça.
Finalmente, implorem com muito jeito para a mãe daquela menina moça deixá- la ir ao baile. Se ela for, perguntem se lembra da gente. Se disser que sim, digam, por favor, que o sonhador que não sabia dançar sonha dia e noite com ela, como se estivesse ainda sob o luar
da Fazendinha na noite distante, quando as sanfonas, pandeiros e surdos tocavam assustando grilos na noite iluminada. Se disser que não, não digam nada.
*recusar-se a dançar quando convidada

Juvenil de Souza só mente.

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