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Natal...

Entra dezembro, o Juvenil fica triste, não aquela tristeza de quem perdeu alguém ou alguma coisa, de vir lágrimas aos olhos. É uma tristeza um pouco mais calada, tristeza triste, que na verdade deve ser saudade dele mesmo.
Nas ruas e lojas Luís Bourdon toca sua harpa paraguaia de sempre, jingle bells, mas o que balança é nosso frágil coração, lembrando o Juvenil tomando um guaraná Paulista e comendo sanduíche de mortadela bar do Jaime no reservado fechado dos olhos do pessoal de fora por uma grade de madeira pintada de verde, toalhas brancas na mesa quadrada e cadeiras de madeira.
Agora, nem bar do Jaime nem amigos, nem toalhas brancas e limpas e nem guaraná Paulista meio quente. Os tempos mudaram, o Juvenil mudou, e tem saudade dele mesmo, não do tempo que passou. Por isso, essa tristeza meio sem fundamento e sem razão neste mês de dezembro que não acaba nunca. O consolo é ficar olhando a paisagem lá fora, sol de verão, flamboyants floridos, mangas e romãs maduras, um vento e uma chuva com trovoadas, lembranças vagas na memória, a sonhada bicicleta que o Juvenil nunca teve, amores que se foram e quem sabe, amores que virão para matar essa tristeza mansa e calada que nos corrói o coração nestes tempos de Natal...

Juvenil de Souza detesta natal e outras festas.
Juvenil de Souza é histórica,política e
geograficamente incorreto.


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